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A exposição “Em Casa, no Universo” faz parte da comemoração internacional do Ano da
Astronomia-e poderá ser visitada no Eieea da Ufrgsa até o dia 21 de: maio..
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Por Maurício Boff ; “o se à, E ndo am
Entre todos, Pedro foi o único que teve coragem. Pedro
poderia ser Paulo, José ou João Antônio. Conhecer - ao *.
invés de proteger por vocação - foi a prova da bravura.
Aconteceu em um domingo de agosto, mas poderia ser julho
- ou setembro. Naquele final de tarde de agosto, o vento
gelado fazia flutuar umas poucas folhas que, apesar do
inverno, teimavam atadas à copa das árvores do Campus
Centro. Excepcionalmente, o museu estava aberto naquele
dia. Um último grupo de professores e estudantes visitava a.
exposição “Em Casa, no Universo” quando Pedro pediu à
.Direção para deixar as portas abertas por um pouco mais de
tempo. A diretora da instituição, Cláudia Porcellis Aristi- |
munha, lembra que o grupo de seguranças da Ufrgs estava
curioso não apenas para conhecer a arte e a cultura que
protegiam, mas para aprender sobre as estrelas, os planetas
e o Universo. “Nessas horas, entendemos o valor do nosso
trabalho”, diz.
O fascínio que a observação do céu produz nas pessoas, a
necessidade de popularizar o estudo científico e celebrar *
esse ramo: do conhecimento humano levou a Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO) e a União Astronômica Internacional a promove-
rem 2009 como o Ano Internacional da Astronomia. Cente-
nas de atividades educacionais foram organizadas nos
137 países (entre eles, o Brasil) que participaram oficial-
mente do evento. Uma das ações mais significativas foi a
“100 Horas de Astronomia”, realizada em abril e considera-
da a maior divulgação da Astronomia na história da Huma-
nidade. O objetivo foi envolver clubes de astronomia,
planetários, entidades astronômicas profissionais e museus
de todo o mundo para levar às pessoas a realizar as primei-
ras observações do céu, assim como fez Galileu Galilei com o
telescópio há quatro séculos. A UNESCO estimou que mais
de um milhão de pessoas participou da atividade.
O Museu da UFRGS, que também esteve no evento mun-
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- dial, irá manter a exposição "Em Casa, no Universo" até
maio de 2010. Todos os dias, de segunda a sexta-feira,
dezenas de estudantes, professores de escolas públicas e
privadas de diversos municípios gaúchos e o público
externo, como o cidadão portoalegrense, visitam a
mostra. “O aluno aprende sobre o Sistema Solar.em sala
de aula-e vem aqui comprovar”, comemóra a historiadora
do museu, Lígia Ketzer Fagundes: Nem toda escola possui
um laboratório adequado para observar o porquê dos
anéis de Saturno, das luas de Júpiter e dos desafios do
Homem em responder ao questionamento do novo milê-
nio: existe vida em outro planeta além da Terra?«A res-
posta, independente de qual seja, causará um impacto
profundo no pensamento humano e os cientistas acredi-
tam que poderá acontecer em poucas décadas.
Entender que o Homerade os problemas do cotidiano
são como grãos de areia na poeira cósmica pedê. uma
profunda-reflexão --e que precisa ser exercitada, enten-
de o curador da exposição e.diretor do Observatório,
Astronômico da UFRGS, professor Basílio Xavier Santia-
- -go. Um exercício básico começa por analisar, em perspec- .
tiva, O simples desaparecimento de uma barra de choco-
late do athário da cozinha frente a Terra e a imensidão
. do Cosmos. À vida ganha outro sentido se pensarmos que
nossa cidade está inseridá em um estado, que integra um
- país, que compõe um continente, limitado geologica-
. mente por oceanos, que moldam a Terra, Composta de
uma Lua, que ia uma estrela (o Sol), que junto com
- outros' planetas definem o Sistéma Solar, que é um
pequeno grão pára nossa galáxia (a Via Láctea), que é
uma entre centenas de bilhões no Universo, que os
cientistas conseguem medir com precisão a idade e a
“composição química, mas desconhecem exatamente
- onde termina. A análise em perspectiva leva às pessoas a
refletirem em profundidade ao resgatar um mundo de —
ideias e.de concepções em que o conhecimento é uma
forma de riqueza - e que o repentino desaparecimento do
. Chocolate causa um trauma gustativo, pelo menos,
menos amargo. “A exposição demonstra que o conheci-
mento pode - e deve - ser passado de um cidadão para
outro, além de ser acumulado através de gerações”,
defende o curador. (uy
Exposição
"Em Casa, no Universo"
Funcionamento: até 21 de maio,
de 22 a 62, das 9h às 18h
Local: Museu da UFRGS
(Av. Osvaldo Aranha, 277)
Fone: +55 51 3308.3390
WWWw.museu.ufrgs.br
Errata: À edição anterior do Vida no Campus saiu sem o
crédito das fotos. Elas pertencem ao Projeto Grumatã.
Fotos: Rafael do Canto
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O ano de 2009 foi especial para o Departamento de Astronomia
do Instituto de Física da Ufrgs. Ao completar 50 anos, o Instituto
iniciou as atividades do Observatório do Campus do Vale e recebeu a
nomeação da Chefe do Grupo de Pesquisa em Astrofísica, professo-
ra Thaisa Storchi-Bergman, para a Academia Brasileira de Ciências.
O novo Observatório do Campus do Vale (OCV) iniciou oficial-
mente suas atividades na no dia 18 de dezembro, realizando obser-
vações de diversos objetos astronômicos — incluindo os planetas
Júpiter e Urano, os aglomerados estelares 47 Tuc e Messier 41,
além da Nebulosa de Órion. Dotado de cúpula astronômica inaugura-
da no terraço do prédio 43164 do Instituto de Física, o OCV irá
aprimorar os esforços de apoio ao ensino e divulgação da Astrono-
mia na universidade.
Além de Thaisa Storchi-Bergman, o professor e pesquisador
da Ufrgs, Moacir Wajner - pós-doutor em erros inatos do metabo-
lismo pelas Universidades de Londres (Inglaterra), de Heidelberg
(Alemanha) e New Haven (EUA) - também foi nomeado para a
ACB. Ele passou a integrar a seção de Ciências Biológicas.
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